Quando Casei com ela, já sabia que tinha depressão

depressao

Até que ponto a depressão pode acarretar problemas sérios na vida conjugal

Conheço um casal João e Maria (nomes fictícios para não expor os mesmos) que são casados há pelo menos 13 anos, mas que ao longo deste tempo, ambos tem experimentado momentos de muita dor por conta dos inúmeros problemas de convivência, até porque conviver com alguém que tem depressão mexe profundamente com as emoções, os limites e até a rotina de quem está por perto. Esta história é baseada em fatos reais e foi escrita para ajudar muitas pessoas que estão passando pelo mesmo problema.

Quais são os motivos pelos quais a depressao em um dos casais pode ser terrivelmente desafiador para o convíveo:

1. A depressão muda o comportamento da pessoa

  • Ela pode ficar mais isolada, triste, irritada ou apática.
  • Coisas simples, como conversar, sair ou até cuidar da higiene, podem se tornar tarefas muito difíceis para ela.
  • Isso pode gerar frustração em quem está ao redor, especialmente se antes a pessoa era mais ativa ou carinhosa.

2. A comunicação pode ficar difícil

  • Quem está deprimido muitas vezes não consegue expressar claramente o que sente — ou sente que “não adianta falar”.
  • Ao mesmo tempo, quem convive pode se sentir perdido, sem saber o que dizer ou como ajudar, com medo de “falar errado” e piorar a situação.

3. Há um peso emocional constante

  • Ver alguém que você ama sofrer e não conseguir “consertar” isso causa impotência, angústia e até culpa.
  • A pessoa cuidadora também pode ficar sobrecarregada, emocional e fisicamente, se não tiver apoio.

4. A depressão é uma doença, não uma escolha

  • Muitas vezes, familiares ou amigos esperam “reações lógicas” (ex: “Por que você não tenta pensar positivo?”), mas a depressão afeta a capacidade da pessoa de reagir assim.
  • Isso gera atrito, mal-entendidos e sensação de rejeição mútua.

5. O relacionamento pode ficar desequilibrado

Se não houver espaço para que quem cuida também seja cuidado, o convívio pode se tornar muito pesado.

Pode haver um papel constante de “cuidador”, e isso desgasta vínculos amorosos, familiares ou de amizade.

Importante: conviver com alguém depressivo não significa que você precisa “salvar” essa pessoa sozinho. O tratamento médico e psicológico é essencial, e o apoio da rede social (amigos, família) faz diferença, mas dentro de limites saudáveis.

Se você está nessa situação, é válido:

  • Lembrar que o amor e o apoio são importantes, mas não substituem tratamento profissional.
  • Incentivar o tratamento, sem pressionar;
  • Ouvir com empatia, sem precisar ter todas as respostas;
  • Cuidar também da sua saúde mental (ter terapia, grupos de apoio, momentos de descanso);

A crise conjugal vs a bíblia

Na página inicial deste blog, tem uma matéria que fala sobre este tema chamada: “casei errado e agora?”.

Muitas vezes, quando o cônjuge tem uma doença mental grave (como depressão), a atenção de todos se volta para a pessoa doente — e quem está ao lado acaba se anulando.
Mas sua dor é real, sua saúde precisa de cuidado, e seus limites são legítimos.
Carregar um casamento pesado por “obrigação espiritual” sem cuidar de si mesmo pode levar à exaustão emocional, doenças físicas e até à perda da fé pelo desgaste.

📖 “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mateus 22:39)
Note: “como a ti mesmo” — isso inclui cuidar de você.

O casamento com uma pessoa com depressão grave é um desafio real

Muitas pessoas com perturbações emocionais pode apresentar comportamentos por exemplo de sentimento de pesse da outra pessoa, ciúmes intensos, e tantos outros e tais pessoas não são más, mas isso não significa que a convivência não seja profundamente prejudicial.
Você pode reconhecer que ela tem sofrimentos internos (depressão, inseguranças, ciúmes) e, ao mesmo tempo, a parte “cuidadora” deve reconhecer que a relação tem te adoecido e afetado sua fé — e isso é algo sério diante de Deus.

⚠️ Amor não significa anular-se.
Deus vê o seu sofrimento, não apenas os dela.

Conviver com alguém que tem depressão e perturbações emocionais não tratadas costuma gerar:

  • Instabilidade no lar (dias bons e ruins sem previsibilidade);
  • Sensação constante de tensão e culpa;
  • Isolamento social;
  • E muitas vezes, adoecimento do parceiro saudável (ansiedade, insônia, problemas cardíacos, pressão alta, etc.).

Isso não é “falta de fé” nem “fraqueza sua” — é consequência natural de viver num ambiente emocionalmente desgastante por tempo prolongado.

A questão do divórcio para o cristão é delicada, mas não impossível de refletir para solucionar

O divórcio não é uma decisão simples nem tomada por impulso. Mas também é importante lembrar que:

  • Deus não deseja que você viva permanentemente oprimido, doente e preso a uma relação que destrói sua saúde e sua paz;
  • Há situações na Bíblia e na prática pastoral em que separações são reconhecidas como tristes, mas necessárias — especialmente em casos de abandono, violência (física ou emocional) ou destruição contínua da vida familiar;
  • Algumas igrejas fazem distinção entre divórcio legal e rompimento espiritual — e podem oferecer aconselhamento pastoral sério para discernir isso com oração e sabedoria.

📖 “Deus nos chamou para vivermos em paz.” (1 Coríntios 7:15)

O caminho não precisa ser “ou divorciar ou aguentar tudo”

Entre os dois extremos, há passos intermediários:

  • Aconselhamento pastoral ou terapêutico conjugal, se ela ou ele aceitar participar (caso ainda não tenha sido feito;
  • Tratamento médico/psicológico para ela, com firmeza e amor (às vezes é necessário apoio externo para convencê-la(lo) a tomar por exemplo um anti-depressivo);
  • Separação temporária com acompanhamento pastoral, em alguns casos, para que cada um se trate emocionalmente antes de decidir algo definitivo;
  • Limites claros e firmes dentro do lar — o que você aceita e o que não aceita mais.

Você não precisa carregar essa cruz sozinho

Um erro comum entre cristãos é pensar que suportar tudo em silêncio é sinônimo de santidade.

Mas Jesus não nos chamou para sofrermos sozinhos — Ele criou a comunidade da fé exatamente para apoiar uns aos outros.
Procurar ajuda não é fraqueza, é sabedoria.

👉 Algumas ações práticas sugeridas:

  • Converse com um pastor maduro e confiável (não apenas “religioso”, mas com bom senso).
  • Se possível, procure terapia individual, mesmo que seu conjugue não aceite fazer.
  • Busque grupos de apoio para cônjuges de pessoas com depressão (existem presenciais e online).
  • Ore, sim — mas ore também pedindo discernimento, não só “força para aguentar”.
  • Procure um pastor ou líder maduro, confiável, discreto — não para “tomar partido”, mas para te ajudar a discernir biblicamente os próximos passos;
  • Considere buscar apoio terapêutico individual para você, para fortalecer seu emocional antes de qualquer decisão;
  • Reforce seus vínculos com pessoas saudáveis da fé — amigos, família, irmãos — porque o isolamento te deixa mais vulnerável.

Em resumo

  • Situação como essa não é simples, mas também não é sem saída.
  • O fato do conjugue ter problemas emocionais não anula o direito da outra parte de viver em paz e com dignidade.
  • Chegar ao limite não é pecado — é um convite para agir com sabedoria, apoio e clareza espiritual.
  • Você não está sozinho(a), mesmo que pareça.

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